4 de dez. de 2007

Eremita


Sou livre no meu caminho

sou constante sombra de fé,

Vagueio sozinho

Porque o meu coração não quis mais seguir a maré,

Deixo-me levar por cheiros suburbanos

Deitados ao quotidiano

Para não me tornar mais um homem mundano,

Escondo o meu rosto amarfanhado,

Para não desvendar um sorriso amachucado

Tropeço na calçada emparelhada

Que se perde de amores pelo meu caminhar…

Não fica contrariada,

Pela minha dança de alma apoquentada

Mas não me deixa levantar…

Prende-me no chão,

Pelo pé… pela mão

Para eu nunca mais encontrar… um lugar para amar

Um ouvido para suspirar…

Deixo-me estar naquele lugar,

Não tenho mais para onde olhar…

E palavras que se cospem ao vento

Custam a respirar,

E doem cá dentro,

De tanto as tentar aprisionar…

Sem medo que estou

Fecho os olhos e deixo-me morrer,

Sei o que sou,

E o tempo diz-me que não é para viver,

É de parar e meditar,

Fugir para lá do sol,

Fugir para lá do mar,

Procurar alma que me console,

Procurar uma mão para aconchegar,

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