17 de nov. de 2007

10 de copas

O dia cansa-me e os nossos corpos deixam-se cair por terra, deixo de te fugir, e limito-me ao simples ouvir, deixo-te no pensamento da dúvida, e encaro-te sem culpa. Respondo-te ás perguntas mal formadas, e vivo-me nas suspeitas.
Se eu for o corpo dançante, irás me dançar?
Se eu for o teu martini, vais me beber?
Se eu for brisa de pensamento, vais me pensar?
Se eu for um esconderijo… irás te esconder?
Quero ser o que não queres, quero estar onde não podes estar, ouvir o que me disseres, sem nunca te falar… deixar-te procurar as minhas mãos escondidas no frio, e levar-te ao extremo do meu desafio, deixar-te contar até dez, e contar-te do que desconfio… pois não sei se…
Se sou madeira que queres queimar,
Se sou o mar onde queres mergulhar,
Se sou perdido no espaço, no tempo, no descalço, momento… os lábios que queres beijar.

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